seria isso um desabafo?
Por Nut. Juliana Gil
O nosso corpo é uma máquina mesmo? Penso muito nessa questão que, inclusive, é uma afirmação para muitos. Poderia até classificar e colocar na pasta da terra plana. Não é muito doido isso? Se o corpo é uma máquina, basta comer menos e gastar mais.
E se é tão simples, por que ainda tem tanto sofrimento em relação ao peso? Por que a cobrança do corpo padrão continua cada vez mais intensa e se mantém tão enraizada? Como pode ser cada vez mais difícil, se é tão fácil? O corpo é uma máquina, é só fechar a boca!!!
Eu fico cada vez mais preocupada com essa materialização do corpo, como se pudesse ser controlado e moldado com uma equação tão simples. Nem todo mundo sabe, mas o corpo é conectado à cabeça, sendo assim, impossível desconectar emoções, percepções, pensamentos.
O corpo do pescoço para baixo é extremamente complexo. Existem inúmeras rotas metabólicas responsáveis por cada mínima coisinha, imperceptíveis, no nosso dia a dia. É uma ofensa dizer que o corpo é uma máquina, que se não estiver sendo “usada”, não precisa de combustível.
Esse assunto voltou com força para mim depois de ouvir o último episódio do podcast Gostosas também Choram da Lela Brandão. Nesse ep, ela conta que estava tomando remédio para emagrecer sem saber, o médico achou que ela deveria perder peso, mesmo não sendo a queixa dela, e adicionou esse fármaco no meio do manipulado.
Somos obrigadas a emagrecer a nossa “máquina” até quando não queremos, uma loucura.
Bjs Ju *—*
Uma confissão
Por Nut. Luiza Sobroza
Não me lembro a última vez que fui à feira. Confessei! Pra não mentir, a última vez que passei na feira da redenção foi na volta de um pedal em que estava com muita vontade de comer uma fruta refrescante, então passei naqueles caminhões que vendem abacaxi e levei um pra casa. Mas vocês entenderam né, não lembro a ultima vez que fiz feira, fui olhando banca por banca pra ver o que estava bonito, garantindo tantas frutas e tantos vegetais diferentes pra semana.
Eu tenho um destaques no meu instagram falando todos os trocentos benefícios de ir à feira, para organização da rotina, pela qualidade dos alimentos, pela atmosfera mágica que a envolve etc etc. mas nada disso tem feito sentido na minha rotina. Não tenho comido tanto em casa, tanto que as coisas têm tido uma facilidade enorme de estragar na fruteira. E ainda assim, toda vez que o fim de semana vem se aproximando eu me sinto meio impostora por não colocar em prática esse hábito.
Fico questionando se estou me contradizendo. Não de uma forma julgadora, eu adoro me contradizer! Saber mudar de ideia pra mim é uma habilidade importantíssima. Mas acho que é mais sobre a flexibilidade das coisas do que contradição.
Às vezes cansa ter uma cabeça pensante, sabem? Principalmente ter que ficar repassando com ela coisas que já sabemos. Feito é melhor que perfeito. A rotina do outro não é a nossa. A fruta do super não é menos saudável. Saudável é um conceito aaaamplo. Vocês tem lembrado dessas coisas?
Já que hoje é sexta-feira, uma boa feira esse findi pra quem é de feira. Pra quem é e não conseguir ir, fim de semana que vem tem de novo. E pra quem não é: vamos ficar bem, eu prometo que no super tem frutas e verduras que se salvam!
Lu ♡
Não existe outra opção senão o enfrentamento
Por Nut. Luíza Tavares
Eu gostaria que tivesse outra opção e que ela fosse mais simples, mas não há. Quando a gente fala em seletividade alimentar ou fobias - alimentares ou não - não há outra opção senão o enfrentamento. Entretanto, é possível fazer com que o tratamento seja o menos desconfortável possível, especialmente a partir de uma orientação acolhedora e empática.
Dentre as diversas demandas que acolho na prática clínica, seletividade alimentar é uma delas - tanto para adultos quanto para crianças. Recentemente, por meio da divulgação nas redes sociais da paciente Isa Pesce, esse tema tem se tornado ainda mais presente e gerado debates fervorosos. Muita gente não consegue compreender como a aversão a alguns tipos de alimentos pode ser um assunto sério e não “só” uma frescura. Também é possível conferir nessa reportagem aqui.

A seletividade alimentar vai além de simplesmente preferir alguns alimentos em detrimento de outros, é mais complexa e caracterizada por alguns principais pontos: repertório alimentar muito limitado; resistência em experimentar novos alimentos - neofobia alimentar; dificuldade em consumir grupos alimentares essenciais - especialmente frutas e verduras e, com isso, impacto na rotina e na vida social. Há também a seletividade alimentar mais severa, que pode até ser um transtorno alimentar, chamado “Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE/ARFID)”, em que a restrição e os prejuízos pra saúde são ainda mais intensos.
Gosto de pensar na relação da fobia porque é algo que eu também tenho experiência pessoal, relacionada a dirigir e a cachorros. Em outro momento, entro em detalhes dos meus tratamentos - e, vocês sabem, conto muito de mim por aqui. Adianto que, para todos os casos, não existe outra alternativa senão encarar justamente aquilo que nos causa medo ou aversão.
Contudo, a chave é que esse enfrentamento não deve ser, de forma alguma, radical ou violenta. Esse que é o ponto. Não se deve comer “na marra”, mas com estratégia e delicadeza. Cada pessoa vai ter o seu caminho e, para muitas, comprar uma fruta pela primeira vez, mesmo sem consumir depois, é um grande primeiro passo. E, para que esse processo avance, é preciso que a pessoa se sinta segura, que tenha espaço para não conseguir - o que, curiosamente, é o que justamente faz com que uma pessoa consiga superar, aos poucos, essas fobias.
Até a próxima!
Luíza
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Dicas
Dica da Ju
A indicação hoje é da vela mais cheirosa que senti na vida. Conheci a Ju em uma feirinha na Andradas, cheguei sem nenhuma expectativa e queria levar tudo, trabalho impecável!
Para conhecer mais sobre o trabalho dela, sigam no perfil @daterra.essenciais
Dica da Lu
“O Sanduíche” do Jorge Furtado no YouTube.
Viva os cinemas pequenos! A Cinemateca Paulo Amorim estava apresentando um especial do diretor Jorge Furtado. Minha amiga me convidou e fui parar de paraquedas em uma exibição de 3 curtas dele. Uau. Que alegria ter tido essa experiência. Então a dica de hoje é um deles, que tem só 13 minutos, está disponível no YouTube e eu amei!
Dica da Luíza
A recomendação não é muito nova, mas vale a pena conferir: a 3ª temporada da série American Crime Story sobre o escândalo Clinton–Lewinsky. Confesso que eu não sabia nada do caso, mas que decidi assistir especialmente porque adorei as temporadas anteriores, a primeira sobre o julgamento de O.J. Simpson e, a segunda, sobre o assassinato do Gianni Versace. A série está maravilhosa e faz justiça à Monica. Disponível no Disney+/Star+.
Tchau!👋
Olha a edição completinha delas aí! E esse friozinho ein? Já estão fazendo uma sopinha? Tirando a mantinha do armário? Tomando um chimarrão sem suar? Brincadeira (mas nem tanto). Muito obrigada por estarem com a gente mais uma edição! Nos encontramos na próxima!
Bjs, Ju, Lu e Luíza
Adorei o time completo! ❤️